Being alone?

Eu tenho essa imagem de mulher forte, independente, mas no fundo.... não gosto nada disso!!! Odeio ficar sozinha, adooooro ter alguém pra cuidar de mim.... E também não sou muito fã de viajar sozinha. Viajo, numa boa, me viro super bem, mas não gosto. Prefiro ter alguém pra conversar, tomar um bom vinho durante o jantar, pensar por mim sobre o que fazer durante o dia, me surpreender... Por isso evito.

Planejei muito bem essa viagem que estou fazendo antes das aulas pra não ficar sozinha em lugar nenhum. Mas.... pra variar mudei meus planos, e acabei "micando" 2 dias em Berlin e 3 na Itália. Sabe a ironia?

Foi ótimo!!!

Depois que João, Camila, Gui e Antonio foram embora de Berlin, acabei me encontrando com o Norba. Via facebook a gente descobriu que estaríamos os 2 lá, e resolvemos nos encontrar. Que ótima surpresa!! O Norba é amigo de uns amigos meus, mal nos conhecíamos, e descobri um ótimo amigo nele. Excelente companhia, bom papo, divertido, topa-tudo... Adorei nossos turismos, conversas, restaurantes, vinhos e curryweists!!!

Depois fui pra Milão e lá conheci uma turma de turcos. Uma graça. Mais novos que eu (tinham uns 23 anos), mas uns fofos. E em Bergamo, outra surpresa... Conheci o Giuseppe, que trabalhava em uma loja que fui... tirou o dia pra ficar comigo: me levou almoçar, me mostrou a cidade inteira, jantamos... Uma graça de pessoa também. Engraçado, se fosse em um ambiente normal, em SP, eu certamente nunca os teria conhecido. Impressionante como a gente se fecha pro mundo na nossa rotina, e perde a oportunidade de conhecer pessoas incríveis. Férias são boas também por isso. Nos faz repensar nossos valores e comportamentos...

Mailand

Eu adoro idiomas... principalmente pra chegar em um país e poder falar com as pessoas na língua delas. Consigo me conectar melhor, penetrar na cultura do país e, no fundo, acho até uma cortesia... estou sendo recebida na casa delas, o mínimo é me esforçar pra falar a língua, certo? Hmmm, nem tanto.

Eu falo 5 línguas (uma amiga minha diz que é pra garantir que serei ouvida não importa onde, pois gosto muito de falar...), e geralmente não tenho muito problema em me comunicar. Mas na Alemanha não é bem assim...

Assim que cheguei no aeroporto tive que comprar um bilhete de trem. Fiquei uns bons 20 minutos olhando a máquina, apertando um monte de botão, até que veio um menininho de uns 8 anos que falava espanhol e comprou pra mim. Mesma coisa no tram. Me senti uma criança!!!

Outro dia marquei com um amigo brasileiro de encontrá-lo em um bar. Resolvi ir de ônibus. Eis que no caminho, onde deveria ser o ponto, vejo essa placa.

Nem preciso dizer que meu amigo ficou uma hora me esperando, ne? Depois do 2º ônibus que resolveu não parar pra mim, percebi que tinha algo errado... A placa só sinalizava a pista exclusiva, e ficava a uns 500m do ponto de verdade... (será que isso foi desconhecimento de alemão ou meu lado portuga falando mais alto??? To na dúvida até agora...).

Mas o pior foi no aeroporto. Estava esperando meu vôo pra Milão e ficava ouvindo sem parar anunciarem um vôo pra Mailand, que pra mim devia ser alguma ilha paradisíaca perto das Maldívias, ou algo com a Tailândia (Mailand, Thailand...)... comecei a viajar nisso. Queria saber onde era. E não parava: Última chamada, embarque imediato, todos os passageiros de Mailand,... era tanto Mailand que comecei a ficar irritada. Porque chamar tanto, será que alguém naquele aeroporto ainda não tinha ouvido? Pois é, acho que quem não tinha ouvido era eu mesma...: como ia imaginar que Mailand é Milão???

Berlin

Por algum motivo nunca me senti bem em vir para esta terra aqui. Não gosto da língua e sempre tive um sentimento muito ruim por causa da 2ª guerra e todas as atrocidades daquele louco que comandava esse país. Mas resolvi vir para encontrar o João, Camila, Antônio e Gui, e estou AMANDO!!! (a única exceção foi quando o Gui resolveu me levar no museu da história alemã. Eu quase chorei vendo todos os detalhes daquela coisa horrorosa, e saí de la devastada odiando o pais de novo... mas o sentimento passou assim que sentamos pra nossa próxima cerveja...).

O povo é de uma hospitalidade incrível. Já me disseram que é um pouco por causa do remorso que eles guardam pelo que aconteceu aqui e vivem tentando recompensar... Não sei, mas eles são ótimos. A cidade é linda, super moderna, as cervejas são fantásticas e de uma variedade absurda (eles servem um pouco menos geladas que no Brasil – dizem que para se degustar melhor -, e incrivelmente são ótimas até quentes!). Até pela comida já me apaixonei... Claro que resolvi comer só as coisas mais típicas, então tá um tal de spaetzle, eisbein, salsichas de tudo quanto é tipo... e to amando!! Deixei toda a minha frescura com comida de lado e como tudo o que me servem (comi até goulash depois de 10 anos sem comer carne, e quase lambi o prato...kkk).

Ontem, andando pelas beiradas da cidade, demos de cara com um mega festival de cerveja. Era uma mini Oktoberfest (Berliner Bierfestival): 2.5km de barraquinhas de cerveja com mais de 1000 tipos de cerveja do mundo inteiro e tudo quanto é tipo de salsicha, ... Nem preciso falar que passamos a tarde inteira lá, tomamos cerveja até não poder mais e nos divertimos horrores... Queria até voltar lá hoje, mas achei que era um pouco demais...kkkk....

Agosto em Madrid

Fiquei só 2 dias em Madrid (estou em Berlin agora), mas já deu pra perceber que agosto é um mês complicado na cidade... ela fica desértica por causa das férias de verão. Sério, no meu bairro a maioria das lojas fecham – farmácia, lojas, até banca de jornais -, e o calor é absurdo. Muito quente, muito seco. Por isso metade da população foge pras praias, e quem fica não abre o comércio por falta de público. E depois falam que brasileiro que não gosta de trabalhar no Carnaval!!!
Na minha única noite em Madrid fui pra rua, claro (!!), encontrar a Gabi Righetto (ex- P&G), e ficamos na calçada em um barzinho tomando Tintos de Verano em plena luz do dia e 32oC até as 10:30 da noite.... Uma boa alternativa pro bom e velho Rádio no frio gelado de SP!!!

O começo

Minha vinda foi bem tumultuada... Cheguei no aeroporto às 8pm pra pegar um vôo que saía 8:50... Quase não embarco, mas foi tanta confusão que no final embarquei, não me cobraram excesso (4 malas + equipamento de ski!!!) e ainda sentei na saída de emergência... :)















Cheguei em Madrid (fui ficar na casa do João meu primo) e, logo no primeiro dia, já fechei meu apartamento. A dona do apartamento dele tinha um outro estúdio pra alugar no mesmo prédio, fechei na hora. O estúdio é mínimo, mas é liiiiiiiindooo, foi amor à 1a vista!!!!!! Além disso, é porta a porta com o João, fica a 1 quadra do IE e é no melhor bairro de Madrid, em um prédio chiquetérrimo na esquina da Paseo de La Castellana....

Não podia querer melhor!!!!

Sair do Brasil...

Que correria!!! Sair do Brasil foi mais difícil do que eu pensava. Fiquei mais de 1 mês adiando a minha passagem, e não sabia nem o porquê. Nesse meio tempo me apaixonei ainda mais por todos os meus amigos, pela minha família, por SP... Não conseguia embarcar. Foi um mês intenso, parece que tudo resolveu acontecer ao mesmo tempo...

A verdade é que mudanças são sempre difíceis. Mais difíceis ainda quando se está feliz, por mais que a perspectiva do que está por vir seja ótima... É a velha questão do trocar o certo pelo incerto...

Mas foi tudo acontecendo no seu ritmo. Saí da P&G (depois de 10 anos!!!), o Bini foi pra casa da Mari (e me mata de saudades todo dia!!!), os móveis e as minhas 3 milhões de caixas (roupas, livros, fotos, minha vida toda...) foram pra casa da Aninha, minha conta corrente pra Tati (aliás não sei o que eu seria sem minhas amigas!!!), Dona Carmelita foi embora... Agora só falta mesmo vender o ap.

E o que fica agora é uma sensação de vida leve.
Engraçado como é difícil se desapegar das coisas, mas é tão bom quando se consegue...